Membros do partido Aliança Nacional para Moçambique Livre e Autónomo (ANAMOLA) dizem enfrentar intimidação e perseguição em vários distritos da província de Nampula, sobretudo em Eráti e Liúpo, alegadamente por parte das autoridades locais e da Polícia da República de Moçambique (PRM). Muitos abandonaram as suas casas após os protestos violentos que se seguiram às eleições do ano passado e afirmam temer regressar.
A denúncia foi apresentada pelo coordenador provincial do ANAMOLA, Castro Niquina, em entrevista à DW. Segundo o dirigente, durante as manifestações pós-eleitorais foram registadas mortes em Eráti, situação que aumentou o sentimento de insegurança entre os apoiantes do partido. “Fizemos várias denúncias sobre execuções no distrito, concretamente no Posto Administrativo de Namiroa. Por isso, as pessoas ainda têm medo”, afirmou.
Um dos membros que fugiu de Liúpo, e que pediu anonimato, relata que abandonou o distrito em março com a família devido à pressão e às ameaças. “Liúpo foi um dos distritos onde as manifestações foram mais intensas e, por isso, somos perseguidos. Posso ser assassinado a qualquer momento”, disse à DW.
Segundo o mesmo apoiador, a perseguição seria conduzida por agentes da polícia em coordenação com autoridades locais. “Alegam que os manifestantes destruíram bens e, como somos conhecidos, não podemos voltar a aparecer”, acrescentou. Ele lamenta ainda que, desde que deixou o distrito, perdeu o sustento da família: “Sou negociante e, agora, tudo parou”.
